domingo, 25 de novembro de 2012

Duas cagadas em uma semana só

Duas cagadas em uma semana só é demais para qualquer instituição. 

Primeiro a CBF divulga a seleção do Brasileirão 2012 antes do final da competição. Estaria copiando a FIFA nas Copas do Mundo? Não bastasse a desnecessária precipitação, coloca na seleção jogadores que não tiveram qualquer destaque, tal como Lucas e Neymar. De fato, são ótimos jogadores, mas a seleção é a do campeonato, por aquilo que eles fizeram NESTE campeonato. E neste campeonato eles tiveram participações discretíssimas. De quebra, ainda esquece jogadores definitivamente relevantes nas campanhas de seus times, como Zé Roberto, destaque do Grêmio, vice campeão, time que aliás não teve qualquer jogador na seleção da competição, é mole?

Eis a seleção:
Diego Cavalieri - Flu
Marcos Rocha - Galo
Leonardo Silva - Galo => Cadê o Gum, do Flu? Ele foi o principal zagueiro da melhor defesa da competição!
Réver - Galo
Carlinhos - Flu => Está louco? "Carlinhos Maluco" erra 8 de 10 passes e não sabe cruzar! Cadê o Fábio Santos?
Paulinho - Corinthians
Jean - Flu
Ronaldinho - Galo
Lucas - São Paulo => Por quê? Aqui, deveria estar o Zé Roberto. Aos 38 anos o cara carregou o Grêmio nas costas.
Fred - Flu
Neymar - Santos=> Babação de ovo, não tem outra explicação. Bernard, do Galo, foi superior na competição.
Craque: Fred - Flu => Pergunte ao Luis Roberto da Globo o que ele acha disso. A resposta será "CAVALIEEEERIIII!!!"RevelaçãoBernard - Galo
Técnico: Abel Braga - Flu 
A segunda cagada foi ainda pior, porque impacta o futuro. A demissão de Mano Menezes é, no mínimo inoportuna. Não que eu morra de amores por ele, mas, após um início de trabalho bastante questionável, quando, talvez, realmente devesse ter sido demitido, Mano finalmente parecia ter encontrado o caminho para a fórmula do amor, isto é, um time que agradava a ele, aos jornalistas e ao povo. A escalação do time e a formação já estavam se tornando familiares de todos, e o jogo coletivo vinha evoluindo a olhos vistos, apesar do David Luiz. E aí, agora, há 6 meses da Copa das Federações, a CBF faz isso? Não sei não, essa estória está mal contada. E parece que vamos de Felipão, Muricy ou Tite, os três técnicos mais retranqueiros do futebol brasileiro. Será que querem mesmo ganhar a Copa do Mundo?

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Yes we can, again


Obama reeleito nos Estados Unidos. Nada contra o Obama, muito pelo contrário até. Há um quê de Lula nele, no que se refere a sua empatia, que também parece agradar ao povo.

O que vale ressaltar, entretanto, é como os presidentes que buscam a reeleição geralmente a conseguem. Já repararam?

Nos EUA, antes de Obama, o presidente anterior, George W. Bush, também governou por dois mandatos (até ele!). Nossos vizinhos hermanos também reelegeram, no ano passado, sua presidenta Cristina Kirschner. No Brasil, desde que a reeleição foi autorizada pela Emenda Constitucional n.º 16, de 1997, os dois presidentes eleitos foram reeleitos: Fernando Henrique Cardoso (1995-1998/1999-2002) e Lula (2003-2006/2007-2010).

Vamos ao recente caso americano: durante a noticiada catástrofe natural decorrente do furacão Sandy, Obama teve inúmeras oportunidades e minutos gratuitos na mídia para se posicionar enquanto presidente e, por sorte, enquanto candidato. Do outro lado, seu adversário, Mitt Romney, coitado, mal conseguia aparecer, embora tenha promovido e participado de algumas campanhas de doação de alimentos e roupas para os desabrigados. O fato é que a desgraça ambiental certamente favoreceu, e muito, o presidente Obama, que usufruiu licitamente de estar no governo para se promover.

Tudo isso parece ser um indicativo de que ter a máquina pública a seu favor durante a campanha gera resultados positivos nas urnas, ao menos nas últimas décadas.

E com as costumeiras reeleições, acaba que os mandatos presidenciais, ao menos nos países aqui citados, estão se tornando de 8 anos, o que definitivamente é tempo demais no poder. Quase uma década! Pelo menos no que tange ao Brasil, talvez fosse melhor um mandato de 6 anos, sem reeleição. Um tempo mais razoável (4 anos realmente pode ser pouco), mais equilibrado, nem tanto céu, nem tanto ao mar...

Mas e aí, alguém dúvida da reeleição de Dilma em 2014? 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Agora acabou


A única pendência em relação ao Brasileirão 2012, sobre que postei algumas semanas atrás, não existe mais. O Fluminense é o campeão nacional. E repito o que lá foi dito: com merecimento. São nove pontos de vantagem para o Atlético MG em doze ainda por disputar. E tudo isso apesar de Leandro Euzébio, Diguinho, Edinho e Carlinhos. Acredito que esse título será consumado não no próximo jogo, contra o Palmeiras, mas sim no outro, contra o Cruzeiro, no Rio.

E o Cuca hein? Que sina! Mais uma vez chorou um bocado, reclamou de arbitragem e... ficou com o vice. Abre o olho, Cuca, pois o Grêmio está de olho no segundo lugar para garantir vaga direta na Libertadores.

E o que aconteceu com o bom time do Vasco? O time do Vasco parece despencar em um penhasco sem fim. Quando será que o defunto baterá no chão? Seis derrotas seguidas para um time que estava há mais 40 rodadas entre os 4 melhores! Pior que o presidente Roberto Dinamite não consegue dar sequer uma explicação convincente para tamanha crise. Só consegue demitir técnicos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ou é obrigatório ou não é


Após o primeiro turno das eleições municipais e às vésperas do segundo turno em algumas cidades, a propaganda eleitoral gratuita na televisão volta e meia faz menção ao tal do voto obrigatório.

Obrigatório como, cara pálida? Não, não se vai discutir aqui se a nossa democracia já está suficientemente madura para dispensar o comparecimento obrigatório às urnas. Essa é uma discussão cansativa e repetitiva que corre à boca miúda de 2 em 2 anos.

O fato é que um cidadão que esteja, no dia da eleição, em município distinto  daquele no qual se alistou eleitor, pode simplesmente comparecer à seção eleitoral mais próxima da cidade em que se encontre e “justificar” a sua ausência. O procedimento se chama “justificativa”, mas, em verdade, o cidadão apenas preenche uma cédula, sem nada justificar.

Não importa se sua ausência do domicílio eleitoral seja fruto do trabalho, férias, aniversário da vovó, passeio ou de sacanagem mesmo. Tampouco importa a distância entre os municípios. Você pode ser eleitor na cidade do Rio de Janeiro, mas estar na casa da sogra em Niterói, à 15 km de distância somente, e simplesmente “justificar”.

Sinceramente, se o objetivo é obrigar o voto – já que a nossa democracia não é suficiente madura como dizem - tal regra deveria comportar somente exceções razoáveis, devidamente explicadas pelo eleitor e posteriormente analisadas por alguém competente da Justiça Eleitoral. Ora, se o voto fosse de fato obrigatório, o aniversário da vovó seria inaceitável como motivação para não exercer um dever cívico relevante. Assim, só resta concluir uma coisa: o que é obrigatório é o “comparecimento” perante a uma zona eleitoral em dia de eleição. O resto é uma grande bobagem.