quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Não é que dessa vez a CBF tem razão?!

Pelo que venho observando, a imprensa e a opinião pública estão bem divididas em relação a tal unificação dos títulos nacionais anteriores a 1971, quando até, então, entendia-se o início do Brasileirão.

Cá entre nós, que me perdoem São Paulinos e Flamenguistas, que acabaram deixando a liderança entre os maiores campeões (Palmeiras e Santos agora têm 8 cada um, contra 6), a CBF está coberta de razão. À luz daqueles tempos, a Taça Brasil e, posteriormente, a Taça de Prata, também conhecida como Torneio Roberto Gomes Pedroza  ou "Robertão",  eram efetivamente os campeonatos nacionais.

Não me venham dizer que a fórmula era diferente, pois de 1971 até 2003, quando iniciou a era de pontos corridos, nenhum campeonato brasileiro repetiu a fórmula. Não me venham dizer que era outro nome ou outra forma de organização, pois, por exemplo, em 1987 o nacional tinha dois módulos (verde e amarelo) e chamava-se Copa União, e em 2000, o campeonato foi organizado pelo Clube dos Treze (não pela CBF) e chamava-se Copa João Havelange.

Não importa a fórmula com que eram disputados, não importa quantos jogos um time enfrentava para ser campeão, a Taça Brasil e a Taça de Prata eram a organização do futebol nacional que era possível naquela época. Andar de avião a torto e a direito, nas décadas de 50 a 70, não era tão simples assim quanto é hoje não, meu caro internauta. Dá para não conceber Pelé, o Rei do Futebol, e Garrincha como campeões brasileiros de futebol?! E mais, porque o Fluminense campeão de 1970 seria reconhecido de forma diferente do Atlético-MG campeão de 1971?! Por favor...

Vale dizer, ainda, que os jogadores, os torcedores e a própria imprensa da época consideravama aquelas competições como campeonatos brasileiros, como títulos de reconhecimento de melhor time do país. Então, nada mais justo!

Pela primeira vez, parabéns à CBF.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Estreia antecipada: regime de urgência

Bem, tinha pensado em iniciar a publicação das minhas opiniões sobre trocentos assuntos a partir do início do próximo ano, 2011. Entretanto, houve um acontecimento que está me fazendo antecipar os posts por alguns poucos dias.

Não é muito difícil se indignar com o aumento para os deputados e senadores aos 48 minutos do segundo tempo da sessão legislativa e por baixo dos panos, já que ninguém noticiava que esta matéria estaria em pauta no Plenário. Em resumo, eles fizeram fogo sem fazer fumaça. Meu amigo, imagine você, amanhã, chegar para o seu patrão e dizer: "Senhor, a partir de janeiro de 2011, eu quero receber 60% a mais do que ganho hoje. Prepare-se aí nesses poucos dias que restam de 2010 para poder me pagar, porque eu já decidi quanto vou ganhar." Que legal. R$ 26 mil, fora os auxílios. Parabéns. Nem ouvimos falar em reclamações sobre impacto orçamentário . Essa é a regra da nossa Constituição Federal.

Impressionante como são rápidos e eficientes. Fico abestalhado, como um Titirica.

Não é muito difícil imaginar que o STF já tenha proposta de aumento salarial para seus ministros, o que impactará em efeito cascata em todos os subsídios dos magistrados brasileiros. Afinal as Vossas Excelências não podem receber o mesmo que réles membros do Congresso Nacional. E é óbvio que os congressistas aprovarão também esse aumento sem pestanejar, pois são julgados lá no STF pelas suas maiores cagadas. Só não sei porque ainda não pediram regime de urgência... por vergonha é que não foi.

Enfim, as leis são feitas como mulheres se maquiam diante de um espelho: estão sempre procurando fazer o melhor para si mesma. Nos resta estudar e trabalhar para fazermos nossa própria maquiagem.